sábado, 14 de novembro de 2009

APO Teoria da Administração I - A Influência dos grupos informais na Gestão das Organizações

Organização informal é o conjunto de indivíduos, chamados na literatura de grupos informais (Chiavenato, 1982; Glen, 1983; Cury, 1990; Schein, 1982; Kolasa, 1978; Robbins, 1981). Os grupos informais têm uma relativa independência em relação à estrutura formal da organização, ao não aparecerem no organograma ou em qualquer outro documento formal. Suas relações não são impostas pela organização formal.
Vários estudos já têm abordado o tema grupo informal (Baker, 1981; Muti, 1968; Polsky, 1978, entre outros), tendo as pesquisas originadas da psicologia social e industrial, da sociologia, da antropologia, da administração e da comunicação, no entanto, ainda são poucas as investigações.
Nos grupos formais o foco é a tarefa, ou seja, são racionais e possuem uma determinada quantidade de pessoas para desempenhar atividades específicas. As pessoas desse grupo se relacionam profissionalmente em direção a um objetivo, independente do grau de prazer e satisfação que tenham da companhia um dos outros. Tais grupos possuem regras limitadas para o seu funcionamento e são dotados de estabilidade e estrutura definidos. A exemplo disso: (diretorias, conselhos). Quanto à existência temporal, ex: (comissão de sindicância).
Já os grupos informais são aqueles que surgem mediante a necessidade dos seres humanos de se relacionarem naturalmente e a partir da combinação de fatores formais, como a localização física das pessoas, natureza do trabalho e horários. O desenvolvimento de vários contatos entre seus membros contribui na sua formação. Esses grupos têm foco no relacionamento interpessoal. É interessante que os membros se gostem, não importando se na situação de trabalho um dos indivíduos seja o chefe. Assim, ao entrar em contato com uma pessoa dentro de uma organização, se estabelece uma relação de interação, que pode vir a ter o seu caráter formal ou informal, de maneira que um mesmo indivíduo pode, ao mesmo tempo, pertencer a um grupo formal e informal. Tomando como exemplo, na empresa em que trabalhei (Gabriela Almeida). Existia uma funcionária que influenciava os outros colaboradores, mesmo não exercendo nenhum cargo de liderança. O que ela dizia, para muitos era “lei”, a mesma fazia com que os outros se revoltassem contra os líderes, com que acreditassem em suas mentiras e espalhassem essas mentiras como se fossem verdade, etc. depois de um tempo a empresa achou por bem, demiti-la, pois ela estava trazendo muito mais prejuízos do que benefícios.
Para Blau e Sctt (1979, p.69), todas as relações sociais, todos os contatos entre pessoas e os valores de crenças correspondentes que não foram definidos pela organização formal são pertencentes ao grupo informal. Assim, as relações são as mais variadas possíveis, pois incluem a amizade, a inimizade, a afinidade, a falta de afinidade, a simpatia, a antipatia, o conflito e a cooperação, a busca de identidade e a projeção, a agressão, a vaidade, a inveja, a liderança e a subordinação, todos baseados em valores e crenças que são compartilhados pelos membros do grupo. Possui, então, como característica, além do caráter oposto ao formal, um sistema de interações que ocorre casual e espontaneamente.
Bernardes (1982, p.17) argumenta que uma organização é uma micro sociedade estruturada, onde as pessoas aprendem a agir de maneiras particulares e onde seus colaboradores tendem a desenvolver sentimentos de identificação.
Mas, se de um lado, pesquisas confirmam a importância, as vantagens e a necessidade de se estudar os grupos informais (Fernandes, 1991; Cabral, 1984; Hussein, 1984; Luz, 1992; Chiavenato, 1985, entre outros); de outro, a prática parece demonstrar que os administradores não reconhecem a existência e o potencial de tais grupos.
Conhecer a estrutura dos grupos leva o administrador a entender as normas, os papéis e outros atributos dos indivíduos para mais facilmente identificar problemas que estejam impedindo o crescimento da empresa, dando posteriormente treinamentos e feedbacks, que possibilitem o progresso de suas organizações.



BIBLIOGRAFIA:

BERNARDES, Cyoro. Sociologia aplicada à administração: o comportamento organizacional. São Paulo: Atlas, 1982.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de empresas: uma abordagem contingencial. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982.

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